Uma breve visão sobre a comunicação neural

ma das grandes questões da neurociência é compreender como a comunicação entre as células neurais, suas interações químicas e elétricas, formam pensamentos complexos, como sentimentos e a imaginação. No episódio da batalha de neurocientistas desse mês, os professores Roberto Lent e Bruss Lima, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conversam sobre como entender o que os neurônios “falam”.

Mas você sabe como os neurônios se comunicam? Ao nível celular, os neurônios se comunicam por sinais elétricos e químicos.

Partes de um neurônio e direção do impulso nervoso (potencial de ação).

Quando um neurônio recebe um sinal que o ativa, é gerado um impulso elétrico (potencial de ação ou disparo) que atravessa a célula, percorrendo todo o caminho do seu axônio. Quando esse impulso chega ao final do axônio, o sinal elétrico causa a liberação de mediadores químicos (neurotransmissores) em um local de comunicação entre neurônios especializado chamado de sinapse.

Sinapse, local especializado onde há a aproximação do terminal axônico de um neurônio (cinza) com o dendrito de um outro neurônio (preto), permitindo a comunicação entre as duas células. Células da gliatambém tem papel fundamental na manutenção e funcionamento das sinapses (não representadas).

Neurotransmissores são pequenas moléculas químicas capazes de alterar o funcionamento neuronal, (hexágonos laranjas na ilustração). Eles funcionam como mensagens postadas por neurônios. Todos os neurônios possuem receptores especializados para perceber essas moléculas em seus dendritos e, respondem a esses sinais aumentando ou diminuindo a sua ativação (frequência disparo). Exemplos de neurotransmissores são a dopamina, serotonina e o glutamato.

Existe uma abordagem, chamada de eletrofisiologia, capaz de medir a atividade elétrica de células com o uso de eletrodos. Os eletrodos podem ser posicionados de forma que meçam a atividade de uma única célula ou de uma população de neurônios. O exame de eletroencefalograma é um exemplo de como eletrodos posicionados externamente podem ser usados para medir a atividade de uma grande população de neurônios.

Embora agora sejamos capazes de entender como uma célula passa uma mensagem para outra, é difícil conceber como isso se traduz em tudo que podemos sentir, pensar e experimentar, não é mesmo? Esse na verdade é um grande desafio da neurociência, entender como a interação de bilhões de neurônios (86 bilhões de neurônios se estivermos falando do cérebro humano e quisermos ser mais exatos) se traduz na nossa consciência, personalidade, paixões, medos e aspirações…

Quer saber mais? Não deixe de clicar aqui para ouvir esse episódio que está imperdível. Já falei que vai dar para ouvir um neurônio se comunicando? 🤯

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