Muito pouco se sabe sobre a amígdala humana. Essa região presente no cérebro possui um papel central em mediar o comportamento emotivo, social e de medo. Para se ter uma idéia, memórias que possuem um componente emotivo, como exemplo uma memória associada a medo de barata, passam pela amígdala antes de serem armazenadas no cérebro.
Nos seres humanos, a amígdala chega a aumentar 40% de seu tamanho durante o desenvolvimento normal de uma criança até sua idade adulta. Isso acontece porque os neurônios dessa região aumentam em número, e essas são as células cerebrais responsáveis pelo transporte de informações.
Um estudo recente decidiu investigar exatamente o desenvolvimento dessa região em seres humanos que possuíam autismo. O distúrbio de ordem neurológica afeta cerca de 1,47% das crianças e é caracterizada por uma série de alterações no comportamento social; dificuldades de comunicação verbal e não-verbal, além de restritos interesses da pessoa. O estudo realizado na Universidade de Davis, Califórnia encontrou uma redução na amígdala de adultos autistas.
Desde cedo se encontraram anormalidades nessa área. Aos dois anos de idade existe um excesso de neurônios na amígdala de autistas, que vai se reduzindo em número até a idade adulta; se tornando menor do que um ser humano que não possui a condição. O estudo também encontrou uma ativação anormal dessa região no cérebro de autistas quando eles realizavam tarefas que requeriam habilidades emotivas e sociais. A hiperatividade amígdalar pode explicar a perda de neurônios nessa região no contexto da doença; agravando o quadro ao longo do desenvolvimento.
Ainda existe muito a se descobrir sobre a doença, que engloba um espectro de alterações e severidades. E os pesquisadores acreditam que entender melhor o papel da amígdala durante o desenvolvimento humano aumentará o conhecimento acerca desse mundo autista.
Para quem quiser saber mais, aqui está o link para o estudo: http://www.pnas.org/content/early/2018/03/19/1801912115
E sua citação:
Neuron numbers increase in the human amygdala from birth to adulthood, but not in autism Thomas A. Avino, Nicole Barger, Martha V. Vargas, Erin L. Carlson, David G. Amaral, Melissa D. Bauman and Cynthia M. Schumann Proceedings of the National Academy of Science of the United States of America (PNAS)
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