Cerca de 86 bilhões de neurônios formando trilhões de conexões entre si em uma rede complexa com maior capacidade de processamento que o computador mais rápido do mundo. Mas não só, unem-se a eles células da glia, atrócitos, microglia, oligodendrócitos, células ependimais, com funções de suporte, várias ainda a serem descobertas, que só aumentam o mistério ao redor deste órgão. Segregado em regiões funcionais como uma planta de fábrica, mas que por meio de ações orquestradas de impulsos elétricos e químicos nos gera emoções, pensamentos, sentimentos, sonhos. Nos faz caminhar, cantar, bailar, imaginar, amar e, também, sofrer, doer, arder… Ah, o cérebro!

É sobre essa maravilha e imensidão de perguntas que se debruçam os neurocientistas. Como funciona? Para que? Por que? Como se desenvolve? E envelhece? Adoece? Será que podemos mimetizar seu funcionamento em inteligência artificial?

Para responder essas perguntas, o neurocientista lança mão do método científico e da experimentação científica. O neurocientista é uma pessoa de todas outras formas comum, mas que atende a alguns requisitos básicos:

  1. Um neurocientista precisa de uma formação acadêmica, nomalmente com doutorado – essa formação pode ser em diversas áreas (biomedicina, biologia, farmácia, medicina, psicologia, bioquímica, farmacologia, ciência da computação, etc, etc).
  2. Assim como outros tipos de cientistas, ele faz pesquisa e publica seus resultados em revistas científicas, onde seu trabalho é revisado por pares (outros cientistas da área). Essas publicações, conhecidas no meio como “papers“, são normalmente em inglês. Os papers possibilitam que as descobertas produzidas por um cientista aqui no Brasil ou na China tornem-se conhecidas outros cientistas do mundo todo! Alternativamente, o trabalho de um neurocientista pode ser publicado na forma de patentes de um produto, aplicativo ou medicamento.
  3. As questões abordadas por um neurocientista são relacionadas ao funcionamento do sistema nervoso central, notavelmente o cérebro. Podem ir desde a atividade de determinadas proteínas de uma célula no cérebro, até as bases da consciência ou doenças relacionadas ao funcionamento do sistema nervoso.
  4. Os neurocientistas podem trabalhar em diversas instituições públicas ou privadas, como universidades, hospitais, centros de pesquisa, biofarmacêuticas, empresas de tecnologia e etc.
  5. O conhecimento é produzido por meio de experimentação utilizando modelos. Estes podem ser humanos, animais (como camundongos), pedaços de órgão isolados ou culturas de células mantidas artificialmente (como os mini-cérebros), ou mesmo uma simulação computacional. Nos experimentos, os modelos são utilizados para testar as hipóteses (premissas) e geram resultados, que as confirmam, ou não, as refutam.

Hoje, dia 13 de agosto, celebramos o dia do neurocientista. Agora você já pode dizer que sabe um pouco mais sobre essa importante profissão!

Parabéns a todos os neurocientistas!

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